quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Qual é a coisa qual é ela que já não é azul nem está na mão do Estado mas continua forte como sempre?


Quando certos assuntos são considerados tabu, quando se censura as pessoas porque escolhem abordar temas “fracturantes,” os problemas ficam enterrados e, mais tarde ou mais cedo, vão explodir-nos na cara. Quem quisesse falar da pederastia na Igreja Católica há 15 ou 30 anos atrás era rodeado de um muro de silêncio e opróbrio.
Hoje os novos tabus são:
1) a imigração ilegal e os excessos migratórios que estão a levar a uma autêntica substituição de populações e respectivos mundos culturais em vários países da Europa e, muito em breve, no continente como um todo, e, indissociavelmente:
2) a expansão do Islão na Europa, uma ideologia não apenas religiosa como política e cuja dimensão jurídica, a Sharia, é totalmente incompatível com os valores e os sistemas jurídicos Europeus e Ocidentais, como o reconheceu recentemente o próprio Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.
Hoje é-se apodado de racista por pessoas ignorantes e ideologicamente possuídas pelo simples delito de abordar estes temas, evocar factos públicos ou exprimir opiniões pessoais. 
Em Portugal, o pensamento crítico é geralmente débil e obnibulado pelos sentimentos colectivos instigados pelos líderes de opinião, eles próprios meros transcriptores das opiniões que se traficam na CNN, no Le Monde ou no New York Times. 
É por isso tanto mais irónico observar a reverência folclórica com que seniores e juniores se revêem no espelho lisonjeiro da abolição do mítico lápis azul, uma abolição na qual pouquíssimos participaram e que nos serve de pretexto à ilusão de que podemos disfrutar de uma liberdade sem que tenhamos de exercer um esforço e uma responsabilidade proporcionais.
Ao contrário do que muitos julgam, a censura exercida pelo Estado não é o único nem o maior inimigo da liberdade de expressão. Ela é apenas o sintoma final permitido pela cultura do silêncio. As brandas admoestações e o discreto ostracismo a que as pessoas de bem votam quem ousa abordar os “temas fracturantes” são o fundamento e o pressuposto sobre o qual a censura de Estado repousa.
Por isso, retenho a distinção vincada entre:
1) os verdadeiros amantes da liberdade, que exprimem com coragem as suas opiniões e acolhem liberalmente as dos outros e
2) os pequenos hipócritas, que hoje deploram o lápis azul, como convém às pessoas de bem, mas que, no mesmo fôlego, lamentam que certas pessoas e opiniões tenham acesso à palavra pública (que lhes seja dada uma “plataforma,” como está na moda dizer-se).
Cada um, pelos seus actos e omissões, contribui para construir o país em que quer viver.